20 abril, 2009

PERGUNTA PELO SOL

Onde está menino o sol que te ilumina
E o menino apontava para os olhos;
Grandes correntes de muito mundo visto,
O prazer de um sorriso brevíssimo,
Os olhos quase fechados pela pergunta,
Pela claridade imediata da pergunta,
A resposta dada, só silêncio intocável,
admiração perdida;
Sentia-se rodeado de destroços perto de um poço fundo,
De água dada a beber a viandante de raros mundos,
Estava na velha casa de séculos e de contos,
E um cão ia acompanhar o viandante à estrada,
Como se fosse o seu dono perdido,
Num caos de encontros introspectivos .
O menino ficava com o sol nos olhos,
E o sol deixava á noite a escuridão,
Uma herança de estrelas ,
Interrogava as coisas simples,
Que á noite se espelhavam no coração,
De horas antes de o sono se fechar por segundos,


O menino sabia apontar o sol nos seus olhos,
imaginar as coisas frias como a água que deu a beber ao viandante,
Que roubava horas ás pessoas, dizia-se :
Por não fazer perguntas práticas,
Não olhar as coisas pelo seu lado opaco,
Não oferecer uma gargalhada de usufruto comum ,
Teimar em cobrir o horizonte de sombras ,
Quando tudo se aninhava na solidão com silêncio seco

José Ribeiro Marto