15 novembro, 2009

"A Geografia do Tempo"













Decorreu, no passado dia 7 de Novembro, o lançamento de um novo livro de poesia apresentado pelo poeta Porfírio Al Brandão.









Alguém de quem pouco se ouve falar resolve mostrar as coisas que andou a escrever enquanto vive como mulher poema, sempre a braços com as palavras para uma nova geração.
Esse é o desafio. Criar novas imagens com as palavras, esperar que elas digam mais do que as próprias palavras.
Para tentar perceber como respira o coração. Como se sobrevive à melancolia dos dias ou como se rompe com as coisas sempre iguais nos dias que se querem desiguais.





O acordeão de Paulo Pires acompanhou este incêndio, este voo feliz entre a música e as palavras numa interpretação que não colocou limites à emoção.












































Paulo Pires
e
Sofia Magalhães










O piano de Catarina Barros e o clarinete de Fausto Silva trouxeram um toque de frescura a este
recital de apresentação que chamou ao palco Jorge Fragoso, Sofia Magalhães e a autora, para a leitura de alguns poemas de um livro que hoje é já uma parte da "Geografia do Tempo" vivido que se inscreve eterno na memória.



Catarina Barros e Fausto Silva












Jorge Fragoso

e

Sofia Magalhães



Graça Magalhães


Não se espere encontrar neste livro um tratado de geografia ou um dicionário de memórias. O que é constante e permanente, incontornável, diria mesmo, é o passado que se estende ao presente e traz consigo, na poesia, uma imagem de esperança.

Nas palavras de Eduardo Pacheco (360 graus de poesia, Paradoxosdoedu.blogspot.com).



"Poesia são sonos que vou dormir com o tempo que me resta até ser hoje. É poesia chegar ao fim do copo às vezes sem beber uma única palavra. Acrescentar mais uma hora à eternidade e entornar à tona da tua boca todos os desejos que sorvo quando não escrevo por ser de silêncio o tempo que te basta para ser feliz. São poesia corpos de água que peço ao céu para te embriagar com doses de esquecimento. São poesia sons que me ensurdecem pela garganta abaixo. Arcos de quem flecha uma janela no meio dum coração em pé de aços. Aguarelas de chuva que se fazem eco caindo em catadupa de duas gotas.
São poesia dardos em direcção ao oeste este incêndio à flor da pele este barco estes remos contra a maré estas asas este voo enevoado estes dedos de beliscar as estrelas depois das palavras. São poesia céus para voar transformados em obstáculo. Pontos cardeais que não chegam a nenhum poente. Caminhos de andar desnorteado entre o norte e o luar. Enxadas que descascam a paisagem. Sinais de fumo que nos atravessam em procissão poesia as fracturas de luz e traços de alegria e cores de azul."


Por tudo isto faço dela um lugar para existir e somar palavras à finitude do tempo que se deseja eternizar.

A todos os que se juntaram a este evento, o meu agradecimento.



Catarina Barros, Fausto Silva, Jorge Fragoso, Américo Nunes, Porfírio Al Brandão e Graça Magalhães













Graça Magalhães








Fotografia: António Oliveira, Amofotografia,Viseu