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Lenço bordado por uma aluna da Academia
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Às talentosas bordadeiras da Academia Sénior de Estremoz
*
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1.
Com linhas de várias cores
E com pontos variados,
Nascem pássaros e flores
Na tarefa dos bordados.
2.
Minha mãe bordou seu nome
No lençol da minha alma –
E quando a alma não dorme,
À noite o nome me acalma.
3.
Não tens pano pró bordado
E o resto voou no vento?
Qu’isso não te dê cuidado,
Borda o ar, se tens talento.
4.
Bordo o lume do poente,
O nascer branco do dia –
Só a linha é diferente:
Uma é quente, a outra fria.
5.
Mas quando bordo a meu gosto
Num paninho de cetim,
Bordo a forma de teu rosto
Para ter-te junto a mim.
6.
Bordaste os dois namorados
À beira de dar um beijo.
Ali ficam separados,
Sem cumprir o seu desejo.
António Simões, Junho de 2009
Com linhas de várias cores
E com pontos variados,
Nascem pássaros e flores
Na tarefa dos bordados.
2.
Minha mãe bordou seu nome
No lençol da minha alma –
E quando a alma não dorme,
À noite o nome me acalma.
3.
Não tens pano pró bordado
E o resto voou no vento?
Qu’isso não te dê cuidado,
Borda o ar, se tens talento.
4.
Bordo o lume do poente,
O nascer branco do dia –
Só a linha é diferente:
Uma é quente, a outra fria.
5.
Mas quando bordo a meu gosto
Num paninho de cetim,
Bordo a forma de teu rosto
Para ter-te junto a mim.
6.
Bordaste os dois namorados
À beira de dar um beijo.
Ali ficam separados,
Sem cumprir o seu desejo.
António Simões, Junho de 2009
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Lenço bordado por uma aluna da Academia