02 julho, 2009

(...)Pelos campos do Lis... Pobre cidade, a minha !



«Cai, sobre a cidade do Liz, o silêncio e a calma de um dia quente de setembro: é este, sempre, momento íntimo e forte que convida, instiga mesmo, à meditação sobre os valores e a pureza dos elementos cósmicos, olhando o sombreado que o poderoso astro solar sacode mansamente sobre os pobres humanos, antes que se aproxime a estrela da madrugada. Mas em lugar nenhum do mundo essa magia é tão pura como nesta cidade! Porque leves Zéfiros inspiradores trazem no ar, não já as brisas do Liz, (sopram de outros quadrantes) mas sim o aroma inspirador das pocilgas e/ou das "etars". É como se o campo viesse dar um beijo de boas noites oloroso e romântico à cidade! E nesta terra de amores reais cantados, e tantos outros amores sussurrados, os leirienses, contagiados e enfeitiçados por estes aromáticos fins de tarde, sonham, inebriados, com Isabel. A amantíssima esposa e rainha do rei do “verde pinho”; a que conseguia transformar o encardido pão em rosas aromáticas. Pudesse ela sentir estes odores porcinos da sua cidade que embriagam todos os fins de tarde ; os quentes, os ventosos, os húmidos, os frios... Pudesse a Santa Isabel, a das rosas, fazer outra vez o milagre, mas não com o pão ...

Ai, como eu gosto dos fins de tarde na minha cidade, onde chega o aroma forte e acre..., das estevas, quando o vento se engana e sopra de leste!»


Texto e fotografias de Fernanda Sal Monteiro.