03 janeiro, 2010

recurso sinalético








o travessão é o justo limite .acima movimentam.se quase todos os caracteres legíveis .abaixo os ilegíveis .como não percepciono a diferença entre uns e outros tento no encontro com o hífen perceber o justo papel do traço .perante a sua indiferença às contraditórias chefias ouso recorrer ao ponto final que de pronto me envia para o parágrafo seguinte .recorro à vírgula que não me passa cartão algum preocupada com o chá das cinco acordado com as amigas reticências e para o qual já se encontra atrasada .toco à porta do ponto e vírgula e apercebo.me da inconveniência do momento razão porque tento chegar à fala com os dois pontos que de imediato e antes que algo diga me apresentam uma petição a favor do referendo ao casamento homossexual .resisto ainda à tentação de interromper uma final de campeonato de basquetebol entre os pontos de exclamação e ante a resistência dos pontos de interrogação a braços com um processo de corrupção ao mais alto nível desisto do recurso sinalético e bato em retirada

indiferente à norma







-jeff faust.
gabriela rocha martins ,in Andarilhos & Vagamundos