27 março, 2009

Só o vazio das mãos...

A roupa cerca-nos mãe
agora que deixámos
o bater do coração.

Deixámos de cantar
sobre as asas do corpo
a verdade possível do tempo
que a mágoa extensa alastra.

A estranheza é a de haver cinza
sem ter corrido o fogo
e neste incêndio não haver perda.

Só o vazio das mãos.

Graça Magalhães.