27 outubro, 2008

Democracia


«A bandeira fica bem à paisagem imunda, e o nosso patoá abafa o tambor.
Nas metrópoles nutriremos a mais cínica prostituição. Massacraremos as revoltas lógicas.
« Nos países aromáticos e sem têmpera! – ao serviço das mais monstruosas explorações industriais ou militares.
« Aqui, e onde quer que seja, está tudo lixado. Conscritos de boa causa, será feroz a nossa filosofia; para o saber, uns ignorantes, para o bem-estar, uns espertalhões: para a marcha
Do mundo, implosão garantida. Este, o verdadeiro sentido da marcha. Em frente, toca a andar!»



« Le drapeau va au paysage immonde, et notre patois étouffe le tambour.
« Aux centres nous alimenterons la plus cynique prostituition.
Nous massacrerons les revoltes logiques.
» Aux pays poivrés e détrempés! – au service des plus monstrueuses exploitations industrielles ou militaires.
« Au revoir ici, n’importe où. Conscrits du bon vouloir, nos aurons la philosophie féroce; ignorants pour la science, roués pour le confort; la crevaison pour le monde qui va. C’esta la vraie marche. En avant, route!»



Arthur Rimbaud
In O rapaz raro
Tradução Maria Gabriela Llansol
Edição Relógio de Água