08 outubro, 2008

Saudade


Tenho saudades das coisas simples
das férias sobre a areia
e de ver como tu eras
de vento nas falésias
saudades da névoa
no rosto das manhãs

de brincar aos deuses de areia
na luz das noites marinhas
de abraçar as gargalhadas
a doer o eco da casa
onde vive efémero um rosto
que não habito.

Já não há mãos que falem comigo
e nada me parece humano
de tão divino
e volto a desistir
a ser só poeta
por isso vejo tudo
o que parece
e é como se cada imagem
pudesse escrever uma nascente.

Graça Magalhães, Outubro 2008