03 dezembro, 2008

AS UVAS DE LABÉRIA GALA


Foi hoje apresentado, pelas 18 horas, na Biblioteca José Saramago, do Instituto Politécnico
de Leiria, o livro de poesia de Orlando Cardoso «as uvas de Labéria Gala», obra
distinguida com o 1º Prémio do Concurso de Literatura (Categoria
de Poesia), organizado por este Instituto em 2007.
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Nota introdutória do autor - Nos princípios do século XVI ainda existia no frontispício da primitiva igreja de Santo Estevão, em Leiria, uma lápide romana que dizia: "Lúcio Sulpício Claudiano fez à sua custa o funeral, deu lugar para a sepultura, e levantou esta estátua que lhe foi concedida por decreto dos decuriões de Colipo, a Labéria Gala, filha de Lúcio, flamínica de Évora e da província da Lusitânia". (Tradução de Silva Araújo).
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6
acendias o fogo sagrado ao amanhecer
e sagrava-te os dedos do gesto ritual
sereno e fluido como a luz do sul
lembravas-te então de évora a branca
cidade onde nasceras e mulher feita
trazias a saudade infinda da claridade
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23
o sol despontava nos vinhedos de colipo
os cachos doirados e escuros despertos
como se um milagre fosse da criação
a bênção súbita nas suaves colinas
que abraçam o rio e as suas águas
frescas modulando a terra e as penhas
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Edição do Instituto Politécnico de Leiria, Dezembro de 2008.
Fotografias, capa e contracapa de Augusto Mota.