guarda os teus versos como segredos
nas tuas mãos bem cheias
pobres são os tempos em que vivemos
sonhamos sorrimos e morremos
os dias esses só são inteiros se houver devassidão
diz os teus versos como segredos
em cofres trémulos como os dedos estão nas mãos
o tempo no qual vivemos é uma casca de trovão negro
um troféu um asco um pulmão pobre uma horda um veneno
José Ribeiro Marto,