
Tem, publicados, sete livros de poesia (Minerva de Coimbra, Palimage Ed., e Pé de Página Ed.) e algumas Antologias ou Colectâneas de poesia integram textos seus (Coimbra Encantada, 2003, Pub. D. Quixote); e, no prelo (Pé de Página ed.), a sua tradução do conto argentino de Silvia Longohni: “A Árvore das Flores Amarelas”. Tem, por editar, onze livros de poesia; um texto de crónicas poéticas; uma colectânea organizada de textos dispersos dos anos 80, 90; e uma colectânea de sonetos (2003).
Desde 1997, tem criado sessões de poesia – que classifica de rituais poéticos de modo a diferenciarem-se da prática declamatória: fundando-se no cruzamento de téc-nicas teatrais participativas, tem vindo a experimentar abordagens da poesia que impli-cam a / e dependem da participação do público, sempre entendido como parceiro activo e interlocutor (p.exº: Animação nocturna na Alta de Coimbra, 15/ Nov./ 1997; «Poesia Torguiana – uma nova dependência tóxica» - poesia de Miguel Torga com Joaquim Basílio (sessão: foyer do TAGV, Coimbra, 1/Fev./2000; e todas as apresentações dos seus livros).
Paralelamente, na vertente profissional, é Socióloga. Ensina no Inst. Sup. Miguel Torga (Coimbra) desde 1990, investigando, actualmente, sobre os processos de requalificação social de mulheres designadas como pobres.
**********
***
***
«convoco-te…»
convoco-te, uma vez mais, Serenidade!
.
te invoco e desejo. intercedo:
.
..
que o sal da paixão conserve os sais
.
do futuro enredo.
.
..
já libertos
refaçamos nossas casas
facetadas salinas
de cristais.
.
.já libertos
temperemos nossas vidas com Sinais.
.
convoco-te, uma vez mais, Serenidade!
.
te invoco e desejo. intercedo:
.
..
que o sal da paixão conserve os sais
.
do futuro enredo.
.
..
já libertos
refaçamos nossas casas
facetadas salinas
de cristais.
.
.já libertos
temperemos nossas vidas com Sinais.
.
*******
a mansa mão do canto
2.
abre-se o universo
aquietado
pelo espasmo vital que se anuncia.
.
gérmen do nunca silenciado
argumento do impossível vencido
abre-se o espasmo.
.
e o vital nos guia.
2.
abre-se o universo
aquietado
pelo espasmo vital que se anuncia.
.
gérmen do nunca silenciado
argumento do impossível vencido
abre-se o espasmo.
.
e o vital nos guia.
6.
quero o laço a côdea o miolo
e a cereja
de leite ungida.
11.
hei-de ir beber à fonte desse poema
a sílaba que me abre em palavras.