30 abril, 2008

Escapada

Três dias no Algarve, por causa da Bienal de Poesia de Silves. Oportunidade para reencontrar amigos, conhecer gente nova, descobrir vocações. Um tempo magnífico (a imagem foi obtida a partir da varanda do meu quarto, às 10 da manhã de ontem), a hospitalidade generosa de Maria Gabriela Rocha Gouveia e de todo o staff da autarquia, as magníficas instalações da nova Biblioteca Municipal, onde decorreram as sessões, o ambiente descontraído dos almoços e jantares, tudo contribuiu para um fim-de-semana diferente. O manuel a. domingos também andou por lá. Houve de tudo: cantares à desgarrada (nanja eu), egos inflacionados, gossip político (o PS tem um peso-pesado para apresentar em Silves nas próximas autárquicas), poemas ao vivo, provas de vinho, cavaqueio sobre Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu com Denise Ferraz, uma simpática scholar brasileira, um pianista cego com voz de barítono, um episódio boliviano que envolveu Maria Estela Guedes, a força da natureza que é Luís Carlos de Abreu, etc. Também houve uma homenagem a Urbano Tavares Rodrigues, marcada para o fim da tarde de hoje, a que já não pude assistir, com grande pena, mas tinha outro compromisso em Lisboa. Do muito que ouvi, retive com particular agrado a comunicação de Marco Alexandre Rebelo, um jovem mestre em estudos portugueses e teoria da literatura da Universidade Nova de Lisboa, bem como os poemas de Aida Monteiro e manuel a. domingos. Ontem à noite, num serão informal, o romancista Domingos Lobo, cuja poesia não conhecia, surpreendeu toda a gente com a leitura de um (magnífico) poema de homenagem a Luiz Pacheco. Valeu a pena. Está explicado o motivo porque hoje não pus em linha o habitual Ler os Outros.
Eduardo Pitta, in Da Literatura [clique]