10 julho, 2008

Deixamos algas de anis
trepando no cabelo
cadeiras envelhecidas
entre dedos malva
medindo a pele das saias
sobre uma relva de uvas pretas
deixamos uma escuridão de lábios
suspirando no aroma das substâncias
ao fundo vergava-se um balido
havia nos ouvidos uma cintura
avançando a fechadura das janelas
trancados entre sombras
durávamos na convulsão
transpirando baixinho
na contenção das luzes

Graça Magalhães, 2008, Lavrar no Corpo das Algas, Palimage