Os poetas inundam
o recomeço das florestas
a plenitude nas orquídeas de luz
Relembro o perfume das metáforas
a pobre cegueira convocando o coração
o diamante dos pássaros
a destruir a imensidão
o fogo fendendo o corpo
e as suas sementes
recônditas feridas de veludo.
Tudo porque onde te ouvi
eu bebia a música entre diálogos
floresciam ininterruptos
anjos malfeitores
usurpando as palavras
com a forma de um útero
rebentando búzios
na memória mutilada
do silêncio.
Graça Magalhães, Julho 2008