Pablo Neruda (12/07 de 1904 — 23/09 de 1973):
Um chão corpo carne indecisa. a memória
natureza de mãos que se fundem. a pele sexo
amor físico da terra. há um dilúvio verbal
que goteja o assombro. sob a corola o sulco
melancolia dos frutos. as sílabas mais tristes
línguas faiscantes. a carícia do caos raízes
palavras reverberas infinitas. na boca golfos
menstruados de silencio. confusas unidades
feixes na respiração do mel. a distância feérica
na indolência redimida. o amor prefigurado
fistula sílica do canto geral. subversivo.
Acendo no odre das águas a morte. a seiva
cicatriz varada redentora. a palavra. o eco.
João Rasteiro - "Neruda, Cem Anos Depois", Universitária Editora, 2004
Paco Ibañez - [Pablo Neruda - "Me gusta cuando callas..."].
http://nocentrodoarco.blogspot.com/
http://www.fundacionneruda.org/