Joaquín Sorolla Bastida
La Bata Rosa, 1916
por que não perguntas pelo sol
no silêncio das janelas entreabertas
por que te adiantas a festejar
um aluguer um roteiro de felicidade
num mapa cego
um poder
por que não perguntas pelo sol
pela água pelo sal pelo fogo por um fruto
pelo nome de um pássaro ouvido na cidade
pelo silêncio do seu nome um grito novo
outros procurarão as tuas nuvens
quererão a tua chuva
nada encontrarão
nenhum facho luzirá
nem os ventos vadios serão
perguntarão por ti e partirão
empacotados num rumo de mapas
encontrando o que só viste neles
e andarás vazia com um fole no ventre
muitas serpentes nos braços
a escamotear o que sentes
José Ribeiro Marto
La Bata Rosa, 1916
por que não perguntas pelo sol
quando o dia e a noite se unem
num eixo castanho e fresco
em que nada estiola o debrum
da paisagem limitada pelas casas
por um caminho de bicicleta
uma roda de carro de passagem
quando o dia e a noite se unem
num eixo castanho e fresco
em que nada estiola o debrum
da paisagem limitada pelas casas
por um caminho de bicicleta
uma roda de carro de passagem
por que não perguntas pelo sol
no silêncio das janelas entreabertas
por que te adiantas a festejar
um aluguer um roteiro de felicidade
num mapa cego
um poder
por que não perguntas pelo sol
pela água pelo sal pelo fogo por um fruto
pelo nome de um pássaro ouvido na cidade
pelo silêncio do seu nome um grito novo
outros procurarão as tuas nuvens
quererão a tua chuva
nada encontrarão
nenhum facho luzirá
nem os ventos vadios serão
perguntarão por ti e partirão
empacotados num rumo de mapas
encontrando o que só viste neles
e andarás vazia com um fole no ventre
muitas serpentes nos braços
a escamotear o que sentes
José Ribeiro Marto