tens o coração a pingar chuva no verão
pingo sim pingo não
tens a tua mão com frutos novos da estação
o fogo de àgua o brilho na mão
tens a chuva pingando no momento
lágrima sim fruto vão e ardente
tu abres frutos novos na mão
frutos sim de peles maduras são
soltam-se manhãs nas palavras das tuas mãos
tens da carne do fruto o caroço enxuto
arde o calor na boca resoluta à tarde
é o gesto seguro de quem sabe o luto
ai sim pelo amor ai sim pelo sabor
ai sim pela folhagem das àrvores
ai sim pela vertigem do amor
unindo as manhãs às tardes
José Ribeiro Marto