Ó pedra que estás parada,
Onde estão tuas raízes?
Mas ficas sempre calada,
Ó pedra, e nada me dizes.
Por que não voas então?
Que te impede de voar?
Se fosses meu coração,
Voavas solta no ar,
Como voa o pensamento
Que vai para onde quer.
Fosses tu irmã do vento,
Serias minha mulher –
E eu casava contigo
Fazia o que sempre quis,
Como amante, como amigo:
Ser para sempre feliz.
Na solidez do teu corpo –
Ser um a soma dos dois,
Habitar-te como um todo,
(As asas vinham depois).
Com a minha fantasia,
Teríamos aéreo lar –
A gente depois vivia
Só do sonho de voar.
Onde estão tuas raízes?
Mas ficas sempre calada,
Ó pedra, e nada me dizes.
Por que não voas então?
Que te impede de voar?
Se fosses meu coração,
Voavas solta no ar,
Como voa o pensamento
Que vai para onde quer.
Fosses tu irmã do vento,
Serias minha mulher –
E eu casava contigo
Fazia o que sempre quis,
Como amante, como amigo:
Ser para sempre feliz.
Na solidez do teu corpo –
Ser um a soma dos dois,
Habitar-te como um todo,
(As asas vinham depois).
Com a minha fantasia,
Teríamos aéreo lar –
A gente depois vivia
Só do sonho de voar.
poema inédito de António Simões, 2001, do ciclo "poemas com pedras dentro".
foto de Fernanda Sal Monteiro / paisagem irlandesa, Waterville, The Ring of Kerry.