sob o lençol parecia um anjo quase humano
o rosto assustado pela manhã sem aves
todo o corpo inclinado para as estrelas do chão
as mãos muito frias
cabelos alvos num verão quase sem sol
de quando em quando
o vento trazia uma palavra de volta
e toda a casa refulgia no silêncio do quintal
agora junto às árvores
a voz da neve
onde a lira dos bosques dorme
maria azenha
óleo de ines scheppach