Prende-se nas margens deste rio
o movimento
aconchega-se o sexo perfeito
despe-se a lua devagar
subindo água flor de mar
Toma-se as mãos
a boca o colo branco
o corpo fundo de rio
as raízes no peito
um flutuar
de vai e vem enlouquecido
redondo perfeito faminto
ao limite do azul em desafio
até ao fim
ao abismo do corpo inteiro.
Graça Magalhães
Corpo de rio, 2005, revisto em 2008.