08 julho, 2008

PRODIGIOSO ACANTO


capa da mais recente obra poética de ALBERTO PIMENTA, «PRODIGIOSO ACANTO»,
uma edição &etc , Lisboa, Junho de 2008.
Por especial deferência do autor transcrevemos o início da I I parte desta obra.
As suas palavras motivaram-nos a fazer um "safari" fotográfico para obter
imagens de ACANTO em seu estado espontâneo, não só para
ilustração da parte do poema reproduzido, mas também
para publicar mais um ábum no meu blogue Pilriteiro.
I I

acanto vivo plantado
num bosque de bétulas
mal iluminado à hora
do combate da luz
e das sombras
como diz Ovídio
quando o sol
abre a terra aos olhos
humanos
ou se fecha ele na água
porque à luz do dia
andaram os ecologistas
que querem salvar
o acanto

agora distinguem-se ainda
as pequenas espigas altas
os amentilhos
e até as suas escamas
róseas
porque é em maio
terreno húmido
as folhas espraiam-se
enrolam-se
erguem-se entrelaçam-se
cobiçadas sempre
por si mesmas
atraem pensamentos
inquietos
que nelas se refugiam
algum medo
alguma dúvida
alguma falta
não sei não canto

sei que as bruxas
cavalgam
vassouras de bétula
enfeitadas com um penacho
de acanto
enquanto fieiras de fogo
de olhos
de pequenos bichos
do mato
texugos tourões
as seguem por terra

(...)

in PRODIGIOSO ACANTO, pp.39 a 41.


Um tufo de folhas de Acanto.

Folha de Acanto cortada propositadamente para a fotografia
poder evidenciar todo o seu específico denteado.

Conjunto de espigas florais de Acanto.


Parte terminal de uma espiga floral de Acanto.

Plano de pormenor das flores de Acanto.


Fotografias de Augusto Mota. A primeira imagem - um tufo de folhas de Acanto - foi obtida no sopé do monte do Castelo de Leiria. As restantes imagens foram obtidas muito próximo da "nascente" do rio Lis. Em ambos os locais o ACANTO encontra-se ainda no seu estado espontâneo. Ver as restantes fotos deste "safari" fotográfico e textos anexos em:


http://augustomota.multiply.com/photos/album/215/ACANTO