26 maio, 2008
de tanto amar
vem dizer as palmeiras, pupilas do vento,
perfiladas à margem dos meus sonhos. vem
escrever os olhos do alvorecer nos meus olhos
para que o sol devolva luz suprema ao sentido.
sabes, ceguei. de tanto amar ceguei. tacteio a terra.
planto o que não sei, na esperança de que alguma coisa
possa acontecer. podem aflorar aves nas mãos do cacimbo,
subitamente, a cantar um país que a chuva deixou amadurecer.
mariagomes
in " Di Versos"
Revista Semestral de Poesia e tradução ( 8)
Coord. de Jorge Vilhena Mesquita e José Carlos Marques
Edições Sempre- em- Pé