quero dormir a noite
acordar o dia
no silêncio de mim ou na confusão
de ti
quero olvidar o complexo
solto de um afago negado
sentido de repente na mão
que estendo ao encontro
de nós
quero ser água e vento
lamento quase ausente
presente no estar aqui em ti
sem mim
quero abrir o pranto à alegria
imensa de um encontro a sós
em nós pensados em sol
sustenido ou sentido no piano tocado
a sul
inventado a norte
quero ser a ausência presente
no sentimento vivido nas mãos
que percorrem os meus e os teus cabelos
revoltos
quero
inventar um canto de repente
não
quero dormir e acordar
so[mente]
se alguém disser o contrário
mente