EPISTEMOLOGIA DO ROMANCE
chegaram a casa entusiasmados
arrumaram à pressa a despensa – amores-de-fogo
mal catalogados
de tão pura e limpa a crença
um fiozinho de geleia no pátio
e prosseguiram cuidando dos penhascos invisíveis
reescreveram a fronteira enlaçados nas escadas
recordaram um outro fuso horário para lá do espaço
telegramas em pétalas de magnólia
numa ilusão de armários abertos, verdadeiramente nus
e os rostos fecundados
repetidamente gastos de quadro em quadro na parede
parede fluida estampada naquela que encostados descem
as bocas como mais genuíno comburente
e um selo portentoso no elo
bem assente no vértice mais dócil
do andor
chegaram a casa entusiasmados
arrumaram à pressa a despensa – amores-de-fogo
mal catalogados
de tão pura e limpa a crença
um fiozinho de geleia no pátio
e prosseguiram cuidando dos penhascos invisíveis
reescreveram a fronteira enlaçados nas escadas
recordaram um outro fuso horário para lá do espaço
telegramas em pétalas de magnólia
numa ilusão de armários abertos, verdadeiramente nus
e os rostos fecundados
repetidamente gastos de quadro em quadro na parede
parede fluida estampada naquela que encostados descem
as bocas como mais genuíno comburente
e um selo portentoso no elo
bem assente no vértice mais dócil
do andor
– o romance começa onde as feridas se ressalvam
Porfírio Al Brandão [2008]
*
Colagem de Fernando José Francisco [s/ data]