13 junho, 2008


Nada.
O Nada.
O que se quer tudo, a raiz funda, o fumo
Opróbrio e morte gorda.
O ópio, o peso pobre da vida podre
O gesto de pechisbeque
A miragem o desastre eterno.

No esterno o pulso seco.
O dedo deserto na opípara secagem.
Nada.
Nada de quem não conta
da velha madrinha senão
o peso dos brincos, a falsa maravilha!
Nada.

A partir do zero,
O espelho da cinza cantarei
nem de espuma nem de mar
cantarei no deserto do lume.
O ar limpo.
Nada.

A falsa fantasia do idealismo profético
Nada, o zero contado de orelha a orelha
a desordem fechada na língua de migalha
Nada.
Nada.


José Ribeiro Marto