( meu porvir de água e vento
lançou todos os barcos
para o mar do alfabeto )
estou na página. neste falso regaço
materno. neste mar por empréstimo
que não pedi
neste assombro de navegar e
dar a volta ao mundo
da maneira mais estranha
as crianças vêm aconchegar-se aqui
quase sempre tristes. esmagam a luz nos olhos
de tanto sonho e escuridão
só quero sentir esta luz. esta luz que amei
e perdi.
são as estrelas que o dizem
maria azenha
fotografia de Aman Gupt