
1. ABRAÇO DE ÁGUA, ABRAÇO DE ALMA
Estavas lavando o passeio
E eu passei pela calçada.
Entreguei-me sem receio
À frescura desse enleio:
Minha alma ficou lavada.
A alma que tu lavaste
Com a ternura que é tua,
Ficou pura quanto baste,
Ficou branca em contraste
Com o negrume da rua.
E depois segui adiante,
(A tarde mansa caía)
Mas dentro de mim, constante,
Tua imagem radiante
Encharcava-me d'alegria.
Ao passar pela calçada,
O destino ali te pôs
Pra lavares minha mágoa
Nesse teu abraço de água
Numa rua de Estremoz.
Agora sempre que passo
À rua onde te vi,
Desaparece-me o cansaço,
Pla memória desse abraço
Que veio um dia de ti.
António Simões, Outubro, 1997
Estavas lavando o passeio
E eu passei pela calçada.
Entreguei-me sem receio
À frescura desse enleio:
Minha alma ficou lavada.
A alma que tu lavaste
Com a ternura que é tua,
Ficou pura quanto baste,
Ficou branca em contraste
Com o negrume da rua.
E depois segui adiante,
(A tarde mansa caía)
Mas dentro de mim, constante,
Tua imagem radiante
Encharcava-me d'alegria.
Ao passar pela calçada,
O destino ali te pôs
Pra lavares minha mágoa
Nesse teu abraço de água
Numa rua de Estremoz.
Agora sempre que passo
À rua onde te vi,
Desaparece-me o cansaço,
Pla memória desse abraço
Que veio um dia de ti.
António Simões, Outubro, 1997
________________ Fotografia de k valeri.