ela dá-me o olhar vivo
são azuis duas sementes
ai dá ai são
ela dá-me as mãos incertas
vermelhas e abertas
ai são ai não
eu dou-lhe a boca muda
à minha sede mais funda
ai dou ai nunca
ela dá-me dos olhos o sorriso
maduro de imprecisão
ai sim ai não
eu fundo a respiração
no sorriso invisível
ai não ai sim
não voo na sua mão
penas sim essas são
ai delas ai vão
sem pressa nem aviso
a carne funda a chuva
ai dar ai não
um sopro de um sorriso
a pele busca o vento
ai sim ai viço
José Ribeiro Marto